Na noite de quinta-feira (26), a categoria marcou presença no debate promovido pelo Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região, na sede da entidade. Os palestrantes presentes analisaram o atual cenário político e a Campanha Nacional dos Bancários.
O espaço foi iniciado com a intervenção de Fábio Ledo, membro da Comissão de Empresa do Banco do Brasil e representante da Bahia e Sergipe na mesa de negociação específica do BB. Fabio falou sobre as dificuldades de negociação devido a conjuntura que estamos vivenciando. Na oportunidade, também denunciou os retrocessos da resolução da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR) e apresentou os avanços pontuais durante a campanha, como o comprometimento do banco em não retroceder nos direitos já conquistados.
Diferentemente do que era avaliado anteriormente, o banco está receoso com o fechamento das agências durante uma possível greve. “Atualmente há uma grande concentração de funcionários em escritórios digitais e o número de agências físicas foi reduzido, o que pode tornar o impacto de uma greve ainda maior”, evidenciou Fabio.
Sobre a Cassi, o Banco do Brasil está propondo o aumento da contribuição para os bancários sem aumentar a contribuição do banco, rompendo a proporcionalidade de R$1,5 para o banco para cada R$1 do bancário. Para além disso, o banco também colocou como proposta o fim do custeio de dependentes dos bancários aposentados.
O segundo momento da atividade contou com apresentação de Waldenir Britto, diretor da AFBNB, da Feeb-BA/SE e membro do Comando Nacional de Negociação do BNB, que elencou as mudanças de estatuto da Camed e a forma autoritária como vem sendo realizada. Recentemente o banco anunciou o reajuste da contribuição mensal de 1,5% para 2,5%, cerca de 60% de reajuste. Para além da questão da assistência de saúde, Waldenir ressaltou os perigos do fim da ultravidade, que coloca direitos conquistados ao longo de mais de 50 anos de luta em risco. Um ponto importante colocado pelo palestrante foi a mudança de postura do Banco do Nordeste quanto a cobranças de condutas do normativo, o que tem ocasionado em um aumento drástico o número de bancários respondendo processos internos.
Apresentando o lançamento dos livros Se é Público é de Todos é para Todos e Caixa, banco dos Brasileiros, Rita Serrano, conselheira do Conselho Administrativo da CEF e coordenadora do Comitê em Defesa das Empresas Públicas, enfatizou a importância do setor público para a soberania nacional e para garantia dos serviços públicos voltados para a classe trabalhadora.
Apesar de um cenário acirrado para luta, onde o governo Temer aprovou o congelamento do investimento em saúde e educação por 20 anos e os retrocessos da reforma trabalhistas, a classe trabalhadora tem uma história de conquistas. “A nossa história é de vitórias, ao mesmo tempo que o capital avança na exploração, a nossa classe também resiste. Mas para ter vitória é importante ter consciência do papel de cada um nessa história, pois só construindo a luta coletivamente conseguiremos a resistência”, lembrou Rita.
“Com a participação dos bancários, o evento Bancários em Debate que visou a ampliar a mobilização da categoria. Neste momento precisamos pressionar os bancos para que nenhum direito seja perdido e para isso é necessário compreender o cenário no qual estamos lutando. A presença de todos durante a Campanha Nacional é fundamental, vamos todos à luta!”, destacou Paulo Barrocas, presidente do Seeb/VCR.