O Banco da Amazônia comunicou na última reunião de negociação sobre saúde, na quarta-feira (29), que demitirá 145 bancários e bancárias que integram o Quadro de Apoio do banco, sendo 121 deles no Pará. A decisão foi repudiada de imediato pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), pelos sindicatos dos Bancários do Pará e de Rondônia e Federação dos Bancários da CUT do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) que tinham a expectativa de tratar de diversas demandas que visam a melhoria da assistência à saúde aos empregados e empregadas da instituição.
O banco disse que a decisão é irreversível e que a decisão foi tomada com base em um estudo técnico que aponta o Quadro de Apoio, nas palavras do banco, como um segmento em extinção na instituição e que sua manutenção atrapalharia os planos de contratação de novos empregados.
Questionado pelas entidades sindicais sobre qual a fundamentação técnica e jurídica para essa medida de demissão em massa, os negociadores disseram que o banco somente responderia mediante formalização do questionamento pelas entidades dos trabalhadores.
As lideranças sindicais presentes na mesa reivindicaram que o pedido de esclarecimentos técnicos e jurídicos constasse em ata.
“O Banco da Amazônia disse em mesa que esta notícia estava sendo apresentada em primeira mão para as entidades sindicais, pois o banco prestigia a mesa de negociação. Porém, contraditoriamente, também afirmou que esta decisão já está tomada e que a instituição aplicará essa medida. Nós repudiamos em mesa a postura do banco e reivindicamos explicações técnicas e jurídicas que garantam a real necessidade de se demitir 145 bancários e bancárias em plena pandemia. Vamos chamar o Quadro de Apoio para reunir com nossa assessoria jurídica e construir nossa ação frente a essa postura antidemocrática do banco”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.
“O problema central desse ponto de pauta foi o Banco da Amazônia apenas comunicar que esta decisão está tomada e é irreversível. Somos totalmente contrários às demissões em massa, sobretudo nesse momento de pandemia e de ataques do Governo Bolsonaro aos bancos públicos e ao próprio Banco da Amazônia. Fiquei impactado com a notícia e com a forma como ela nos foi dada, até porque sou do Quadro de Apoio e há tempos lutamos por um melhor aproveitamento desse segmento dentro da instituição. Não vamos aceitar essa medida de forma pacífica e vamos lutar em defesa do Quadro de Apoio do banco”, disse o coordenador da comissão de empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.
Covid-19
O Banco da Amazônia vai exigir a apresentação da carteira de vacinação de seus empregados, para que esses comprovem o esquema vacinal completo contra a Covid-19 para que possam transitar nas dependências da instituição.
Ainda sobre o ponto de pandemia, o banco informou que fará nova distribuição de máscaras para os bancários e bancários em trabalho presencial.
Plano de saúde
As entidades sindicais apresentaram diversos questionamentos sobre melhorias no plano de saúde dos empregados. Porém, o Banco da Amazônia disse que precisava realizar uma série de pesquisas para responder tudo o que foi questionado.
Como encaminhamento, decidiu-se que as entidades sindicais formalizarão todas as questões sobre plano de saúde através de ofício e o Banco da Amazônia terá até 30 dias para respondê-las.
Demandas das caravanas
O Sindicato dos Bancários do Pará também apresentou duas pautas dos empregados do Banco da Amazônia identificadas durantes as últimas caravanas pelas regiões sul, sudeste e nordeste do estado: os problemas com ar-condicionado na agência de Castanhal; e a dificuldade dos empregados de Santana do Araguaia, que não conseguem utilizar o tíquete alimentação por falta de rede credenciada.
O banco disse que dará resolução o mais breve possível para ambos os casos.
Fonte: Bancários PA, com edições da Contraf-CUT