Bancários do Banco da Amazônia (Basa), organizados pelo Sindicato dos Bancários do Pará, fizeram, na terça-feira (5), um ato público em frente à matriz do banco, em Belém, para protestarem contra a decisão do banco de demitir todo seu quadro de apoio.
Em texto publicado em seu site, o Sindicato dos Bancários do Pará ressalta que se trata de uma decisão unilateral e arbitrária de demissão em massa de 145 trabalhadores e trabalhadoras. Dirigentes do sindicato, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN) e da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (Aeba) se juntaram aos protestos dos bancários do Basa com carro de som, faixas e balões. Um boletim informativo sobre o caso também foi distribuído às pessoas que passavam pelo local e aos bancários.
Os trabalhadores destacaram que as demissões ocorrem em plena pandemia, com alta da inflação, desemprego e carestia alimentar, que contribuem para um contexto de crise econômica, política e institucional que cresce diariamente devido à má-gestão do governo Bolsonaro.
“Não é de hoje que a direção do Banco da Amazônia demonstra seu desprezo ao quadro de apoio. Temos feito lutas constantes pela inclusão desse segmento no Plano de Cargos e Salários, por exemplo, mas sempre encontramos resistência por parte da direção aos nossos apelos. Estivemos agora, todos os empregados, de todos os segmentos da instituição, irmanados na luta contra a MP 1052 pela sobrevivência do banco e a resposta que o Banco da Amazônia dá aos seus empregados é a demissão em massa do quadro de apoio. Não vamos aceitar essa postura autoritária e seremos resistência em defesa do emprego na instituição”, declarou o coordenador da comissão de empregados do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade, que integra o quadro de apoio do banco.
Organizando a resistência
A manifestação desta terça-feira foi a primeira de uma série de ações que serão feitas contra as demissões e em defesa do emprego no banco. “O Banco da Amazônia não pode tratar o quadro de apoio como se fosse um lixo descartável. Esse segmento é formado por bancárias e bancários concursados, que dedicaram sua vida pelo crescimento e fortalecimento do banco, que se dispuseram a ir para os rincões do interior da Amazônia ajudar a abrir agências, a instalar o sistema de telecomunicação do banco, muitos, inclusive, já assumiram função de gestão e agora são tratados como um segmento em extinção, sem serventia para a instituição”, afirmou o diretor jurídico do Sindicato dos Bancários do Pará e empregado do Basa, Cristiano Moreno. “O problema não é o quadro de apoio, mas a gestão do Banco da Amazônia, que não sabe aproveitá-lo”, completou.
No planejamento, também estão previstas ações nas redes sociais e o corpo a corpo junto aos parlamentares da Amazônia nas assembleias legislativas, no Senado e na Câmara dos Deputados, além de atos públicos de rua.
“Já deixamos claro para o Banco da Amazônia que não aceitamos negociar demissão em massa e que vamos utilizar todos os recursos que estiverem ao nosso alcance para denunciar essa decisão arbitrária e covarde de demitir o quadro de apoio ou qualquer outro segmento profissional dentro da instituição. Nossa mobilização será permanente e vamos envolver toda a categoria bancária, buscar apoio das centrais sindicais e de outros sindicatos, parlamentares e toda a sociedade em defesa do emprego no Banco da Amazônia”, concluiu a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.
Fonte: Contraf-CUT, com Bancários PA